Caros Colegas:

Embora com algum atraso, por motivos pessoais, transmito-vos hoje que no passado Domingo contámos de novo com um grupo de cinco grandes malucos que, em vez de permanecerem deitados por mais algumas horas no quentinho das suas camas, preferiram ignorar o frio que a esta hora se fazia sentir pondo à prova a sua coragem e espírito aventureiro, perfeitamente preparados para sofrer física e psicologicamente, ou não fosse o percurso escolhido mais uma vez pelo “P.J.”.
Dos mais habituais compareceu o referido “P.J.”, o “técnico”, o “quinto (5º)”, o mais “veternano” e o Nuno. A propósito, o Nuno ainda não tem alcunha, vamos pensando nisso. Desta vez faltou o “cantor” que não canta, mas que oportunamente comunicou a sua ausência, faltou o “mano”, que prometeu mas não apareceu assim como um outro colega que também vem falhando semana após semana. Um dia chove, outro faz frio, e sair de casa nestas condições custa um bocado. Em Agosto talvez apareçam.
Felizmente hoje a Mãe Natureza brindou-nos com mais um dia maravilhoso, ideal para a prática da nossa modalidade preferida, excepto para aqueles que preferem a lama que por enquanto escasseia uma vez que a chuva não tem aparecido.
A partida deu-se como habitualmente na Majestosa Avª Principal desta belíssima aldeia, com passagem pela imponente rotunda onde se ergue firme e orgulhoso o símbolo da nossa freguesia, o forno de cal. Com tão bela visão ganhámos logo outro ânimo para superar os enormes desafios que se avizinhavam e largamente prometidos pelo “P.J.”, não que tivéssemos medo de tais ameaças, que aqui só iam homens de barba rija, mas porque ter de carregar o dito às costas até casa não seria seguramente pêra doce.
Registe-se que a Drössiger apresentou novamente problemas mecânicos à partida, para desespero do “Técnico”, uma vez que um amigo nosso, mais uma vez, faltou ao prometido relativamente à reparação do referido problema. Fazer isto a um jovem de 16 anos, louco por BTT, é bárbaro. E depois o pai é que o atura.
Registe-se que a Drössiger apresentou novamente problemas mecânicos à partida, para desespero do “Técnico”, uma vez que um amigo nosso, mais uma vez, faltou ao prometido relativamente à reparação do referido problema. Fazer isto a um jovem de 16 anos, louco por BTT, é bárbaro. E depois o pai é que o atura.
Enfim…., lá fomos nós, devagarinho, ainda com as articulações meio congeladas. Descer para os Casais do Larojo foi como aterrar no Pólo Norte, deparámo-nos com “um frio abrasador” (palavras de um nosso conterrâneo que todos conhecemos bem). Mas a malta é forte e aguentou-se bem. O vício é muito e nós precisamos disto, quando programamos um treino e por motivos imprevistos não podemos comparecer ficamos com uma neura de todo o tamanho.
A este propósito permitam-me que vos conte: Uma vez, quando participava na meia maratona da Nazaré, por volta dos 15 Km, já completamente estafado, vi à minha frente uma atleta do sexo feminino, de cabelos louros, compridos, bem torneada, um rabinho maravilhoso a dar, a dar. Nas costas trazia a seguinte inscrição – Sofres mais quando corres, ou quando não podes sair para correr? – naquela altura pensei – Ai, Ai, se eu treinasse sempre assim, também me fartava de sofrer. Aquela frase ficou-me sempre na memória, não pela miúda, claro, mas pelo seu significado.
Amigos, se têm espírito aventureiro, capacidade de sofrimento, resistência física e mental, venham treinar connosco. Ficarão preparados como qualquer tropa de elite, capazes de sobreviver em qualquer lugar do Mundo, seja em cenários de guerra ou de calamidade natural. Aqui testam-se até ao limite as capacidades humanas.
No final da referida subida ficámos estupefactos. Um capacete perdido no meio da erva?. Após alguns instantes o referido capacete mexeu-se levemente, fez-se silêncio, mais uns segundos e aquela peça de museu levantou-se. Do meio da erva surgiu uma figura de olhos esbugalhados, meio estonteada, cambaleando.....afinal era o nosso guia que talvez farto de esperar por nós resolveu atirar-se ao chão para descansar. Aqui alguém sugeriu “É pá, para a próxima cai mais devagar para dar tempo de fotografar!”. Felizmente o homem não se aleijou pois a KTM é tão sofisticada que até tem “air bag”, foi muito engraçado e alguém pensou, mas não disse: “Fixe pá, isto é que é BTT!”.
Paragem para reforço alimentar junto a um agradável espaço de criação de cavalos. O quinto elemento resolve verter águas, vira-se para o campo, um grupo de éguas corre para ele e um inspirado colega exclama de imediato: “Olha, elas viram algo interessante!”, .....muitos risos. Será que viram mesmo?, com um gelo destes ficámos com sérias dúvidas.
Recuperadas as forças rumámos em direcção de Arrouquelas e dali ao empreendimento Golden Eagle, um deserto com estradas de Alcatrão. Portugal é um país maravilhoso, até os pinhais têm estradas alcatroadas, com separador ao meio, passeios para peões. Isto aqui é tudo à grande.
Até para a semana, um abraço a todos e acima de tudo divirtam-se ao máximo, aproveitem bem cada minuto da vossa vida, porque como diria Charlie Chaplin: “a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios, por isso…, canta, chora, dança, ri, diverte-te, vive-a intensamente, antes que as cortinas se fechem e a peça termine sem aplausos……..”.
Como o professor Marcelo deixamos aqui apenas duas notas finais: